Conhecido como Centro
Velho, o centro da capital paulista é um lugar cheio de prédios que contam a
história da cidade de São Paulo pelas diferentes arquiteturas
Na paisagem do centro
histórico da cidade de São Paulo é visível os diferentes modelos arquitetônicos
que embelezam o conhecido Triangulo Histórico, que é formado pelas ruas São
Bento, XV de Novembro e o Largo São Francisco. Tanto os visitantes, como os
moradores da capital se encantam com a beleza e com o teor histórico que o
local ainda preserva. Cada edifício tem um modelo que representa uma cultura e
um momento histórico por qual a cidade passou. Nestes locais pode-se notar que
existem prédios antigos, que nos séculos passados serviram de abrigos para a
alta sociedade paulistana, outros são símbolos da evolução da cidade na década
de 1920, como o Edifício Martinelle , devido ao período do café; também há os
atuais como o prédio Banespa construído na década de 1953, que representa o
crescimento econômico da cidade.
Prédios como o Theatro Municipal e o Centro
Cultural Banco do Brasil são atrativos por terem uma arquitetura do século de
XIX chamada eclética, um modelo arquitetônico que foi imitado na época para
satisfazer as vontades da burguesia brasileira, pois esta sentia a necessidade
de frequentar teatros e museus que
remetessem aos dos moldes europeus, por esse motivo Ramos de Azevedo,
arquiteto que projetou o Theatro Municipal, inspirou-se no projeto da
Ópera de Paris de Charles
Garnier. Essa arquitetura foi usada em países europeus e na América do Norte e
foi criada em Paris na Escola de Belas Artes de Paris. A professora da
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, Sheila Walbe
Ornstein, afirma que a arquitetura eclética "É uma mistura de diversos
estilos e surge como contraponto ao neogótico, neo-renascentista, neo-
clássico, neobarroco e outros que pretendiam reviver a chamada 'arquitetura
antiga'".
Uma outra arquitetura que se destaca no centro
da capital por ser curiosa e bela é a empregada na Catedral da Sé, a qual teve
a sua última versão construída no início do século XX e foi projetada no estilo
Neogótico, o seu modelo é composto por
elementos como várias torres, rosáceas, esculturas e grandes espaços internos,
a professora Sheila afirma que na cidade de São Paulo a Catedral da Sé é o
único edifício que tem essa arquitetura.
O estilo neogótico foi explorados em grandes catedrais
tanto na Europa como nas Américas nos séculos XIX e até meados do século XX.
Esta arquitetura tem origem no estilo Gótico, concebido nos anos 1000, na Idade
Média, na França. Desenvolveu-se entre o romântico e o renascentista e o seu
principal mérito foi liberar os ambientes internos das largas paredes do
período romântico que suportavam os arcos em meio círculo. Estes arcos foram
substituídos pelos arcos ogivais, que são arcos que ao se encontrarem formam
uma circunferência e apoiam em conjuntos
de colunas, de um modo mais leve e possibilitavam, além de pré-direitos
internos muito mais elevados, edifícios de proporções monumentais, em termos de
altura, para a época, assim como a ampliação dos vãos para iluminação.
A professora menciona que estes, por sua vez, no estilo
gótico passaram a contemplar belíssimas rosáceas e vitrais. Para compensar a
leveza interna proporcionada pelos arcos ogivais,eram necessários grandes
contrafortes externos. Ela ainda chama a
atenção para as estátuas que são usadas nas fachadas dos prédios ecléticos e no
estilo neogótico. “Tanto no caso do
neogótico como no caso do eclético contemporâneos e que de alguma forma se
rivalizavam entre si, tinham como característica os elementos decorativos e
ornamentais, encomendados a artesãos e escultores da época”, e complementa,
"a Catedral da Sé
é um excelente exemplo do chamado neogótico."
O Centro da capital paulista é um verdadeiro
museu ao céu aberto. Caminhando nas ruas em meios a tantos prédios históricos
percebe-se o quanto é importante manter esses edifícios históricos preservados,
mas não é o que acontece na cidade, pois
há outros tão belo quanto aos citados acima, entretanto estão abandonados,
deteriorados, o que possibilita que esses prédios percam as suas características
e arquitetura. Sheila diz que é preciso também destacar que edificações
antigas e de valor histórico são patrimoniadas pelos Órgãos de Preservação, a nível municipal, estadual e federal, e
ressalta que para haver a recuperação
destes prédios é preciso que o mercado imobiliário também tenha interesse em restaurá-los.
Catedral da Sé - foto: Maria Ariane Santos |