terça-feira, 23 de junho de 2015

Museu a céu aberto

Conhecido como Centro Velho, o centro da capital paulista é um lugar cheio de prédios que contam a história da cidade de São Paulo pelas diferentes arquiteturas

Na paisagem do centro histórico da cidade de São Paulo é visível os diferentes modelos arquitetônicos que embelezam o conhecido Triangulo Histórico, que é formado pelas ruas São Bento, XV de Novembro e o Largo São Francisco. Tanto os visitantes, como os moradores da capital se encantam com a beleza e com o teor histórico que o local ainda preserva. Cada edifício tem um modelo que representa uma cultura e um momento histórico por qual a cidade passou. Nestes locais pode-se notar que existem prédios antigos, que nos séculos passados serviram de abrigos para a alta sociedade paulistana, outros são símbolos da evolução da cidade na década de 1920, como o Edifício Martinelle , devido ao período do café; também há os atuais como o prédio Banespa construído na década de 1953, que representa o crescimento econômico da cidade.
 Prédios como o Theatro Municipal e o Centro Cultural Banco do Brasil são atrativos por terem uma arquitetura do século de XIX chamada eclética, um modelo arquitetônico que foi imitado na época para satisfazer as vontades da burguesia brasileira, pois esta sentia a necessidade de frequentar teatros e museus  que remetessem  aos dos moldes  europeus, por esse motivo Ramos de Azevedo, arquiteto que projetou o Theatro Municipal, inspirou-se  no projeto da  Ópera de Paris  de Charles Garnier. Essa arquitetura foi usada em países europeus e na América do Norte e foi criada em Paris na Escola de Belas Artes de Paris. A professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, Sheila Walbe Ornstein, afirma que a arquitetura eclética "É uma mistura de diversos estilos e surge como contraponto ao neogótico, neo-renascentista, neo- clássico, neobarroco e outros que pretendiam reviver a chamada 'arquitetura antiga'".
 Uma outra arquitetura que se destaca no centro da capital por ser curiosa   e bela  é a empregada na Catedral da Sé, a qual teve a sua última versão construída no início do século XX e foi projetada no estilo Neogótico, o  seu modelo é composto por elementos como várias torres, rosáceas, esculturas e grandes espaços internos, a professora Sheila afirma que na cidade de São Paulo a Catedral da Sé é o único edifício que tem essa arquitetura.
 O estilo neogótico foi explorados em grandes catedrais tanto na Europa como nas Américas nos séculos XIX e até meados do século XX. Esta arquitetura tem origem no estilo Gótico, concebido nos anos 1000, na Idade Média, na França. Desenvolveu-se entre o romântico e o renascentista e o seu principal mérito foi liberar os ambientes internos das largas paredes do período romântico que suportavam os arcos em meio círculo. Estes arcos foram substituídos pelos arcos ogivais, que são arcos que ao se encontrarem formam uma circunferência  e apoiam em conjuntos de colunas, de um modo mais leve e possibilitavam, além de pré-direitos internos muito mais elevados, edifícios de proporções monumentais, em termos de altura, para a época, assim como a ampliação dos vãos para iluminação.
A professora  menciona que estes, por sua vez, no estilo gótico passaram a contemplar belíssimas rosáceas e vitrais. Para compensar a leveza interna proporcionada pelos arcos ogivais,eram necessários grandes contrafortes externos. Ela  ainda chama a atenção para as estátuas que são usadas nas fachadas dos prédios ecléticos e no estilo neogótico. “Tanto no caso do neogótico como no caso do eclético contemporâneos e que de alguma forma se rivalizavam entre si, tinham como característica os elementos decorativos e ornamentais, encomendados a artesãos e escultores da época”, e complementa, "a Catedral da Sé é um excelente exemplo do chamado neogótico."
 O Centro da capital paulista é um verdadeiro museu ao céu aberto. Caminhando nas ruas em meios a tantos prédios históricos percebe-se o quanto é importante manter esses edifícios históricos preservados, mas não é  o que acontece na cidade, pois há outros tão belo quanto aos citados acima, entretanto estão abandonados, deteriorados, o que possibilita que esses prédios percam as suas características e arquitetura.  Sheila diz que  é preciso também destacar que edificações antigas e de valor histórico são patrimoniadas pelos Órgãos de Preservação,  a nível municipal, estadual e federal, e ressalta que para haver  a recuperação destes prédios é preciso que o mercado imobiliário também  tenha interesse em restaurá-los.


Catedral da Sé  - foto: Maria Ariane Santos




terça-feira, 16 de junho de 2015

Brasil, um país de todos?

Quem nunca ouviu a história de alguém que deixou os seus parentes e sua terra natal para ir em busca de uma nova vida? No Brasil é comum escutar histórias de famílias de descendência italiana, alemã e japonesa que chegaram ao país em busca da realização dos seus sonhos, porém, no início, enfrentaram dificuldades para se adaptarem ao clima, culinária e aos costumes destas terras que, em breve, eles iriam desbravar.
Tudo isso ocorreu no século XX, quando o país estava em processo de desenvolvimento, passado estes anos, muitos pensam que a imigração ocorreu somente naqueles tempos, mas engana-se quem pensa assim, porque o Brasil atualmente tornou-se rota de fuga para muitos refugiados de guerras e o destino que milhares de haitianos escolhem para reconstruir suas vidas, que foram devastadas juntas com o terremoto que houve no Haiti em 2010.
Andando pelas ruas de São Paulo é fácil vê-los em grupos pela cidade, eles falam a língua da sua terra natal, mas quando vão tomar alguma informação de algum paulistano, os mesmos falam um português arrastado e repleto de sotaques. Muitos deles entram no país pelo estado do Acre, desembarcam na cidade de Brasileia e logo são despachados para a capital paulista, o destino final dos haitianos são tanto no Terminal Rodoviário Tietê, como no Terminal Barra Funda, e lá mesmo, como aconteceu com milhares de nordestinos que migraram para São Paulo em busca de uma vida melhor, começa para eles, haitianos, a ressurgir um fio de esperança e expectativa de conquistar novos objetivos.
Após a chegada nos terminais rodoviários os imigrantes são encaminhados para os abrigos localizados na região central da cidade, um na Baixada do Glicério, na Igreja Nossa Senhora da Paz, aonde são abrigados somente imigrantes haitianos e africanos e o outro no bairro da Liberdade, o ADUS (Instituto de Reintegração do Refugiado) que abriga várias nacionalidades, entre elas os refugiados vindos do Oriente Médio, como os sírios e libaneses, como os africanos e haitianos.
Nesses abrigos os imigrantes passam a viver em condições sub-humanas, pois tratam-se de lugares superlotados, não há banheiros para todos, faltam produtos de higiene e alimentação, os responsáveis pelos abrigos reclamam que não recebem apoio do poder público e apelam para a boa vontade da população em ajudá-los a sustentar a obra de caridade, porém mesmo sem condições todos os dias acolhem dezenas de imigrantes que pedem abrigo.
Já foi divulgado pela imprensa que o governo da ordem explícita a estas entidades para que somente os haitianos recebam aulas de português e que seja concedido a eles, imediatamente, o visto de permanência, sendo necessário somente preencher um questionário, e que as agências de emprego os procure para ofertar-lhes trabalho, enquanto para os africanos e refugiados do Oriente Médio a exigência é maior para obter o visto de permanência e são excluídos do plano de ensino da nossa língua nativa. Agora questiono: Porque tamanha discriminação para com os outros? Não seria correto que todos recebessem o mesmo tratamento?
Da mesma maneira que os haitianos precisam e tem direito de reconstruir as suas vidas em terras brasileiras, os refugiados de guerras e os povos da África também têm, na declaração universal dos direitos do homem, no artigo 1º diz queTodos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade”. Ao analisar este artigo, chega-se a conclusão que o governo brasileiro está infligindo a declaração ao favorecer somente uma nacionalidade e ele deixa de lado a sua ação fraternal para com os outros imigrantes ao dificultar a emissão de visto de permanência e ao “discriminá-los” ao determinar quais são os povos que serão preparados para viver no Brasil.

 É considerável a ideia de criar um controle de entrada de imigrantes que pedem abrigo em nosso país, entretanto há outras maneiras de fazer essa triagem sem desfavorecer outras nacionalidades. O Brasil não pode se comportar como um país que faz distinção de povos, pois isso não é atitude de um país que visa fortalecer a tão badalada democracia.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

O Futuro da natureza


 Nada como passar um feriadão longe da vida agitada da cidade grande. Se isolar em um sítio longe de toda parafernália tecnológica e esquecer as angústias e aflições do cotidiano. Isso faz com que as pessoas recuperem a face humana.  Quer remédio melhor do que esse, para curar as olheiras causadas pelo estresse do dia a dia? Acredite, não existe nada melhor que isso. Isso faz com que o ser humano  se sinta renovado e pronto para outra!

 Queria eu todos os dias acordar pela manhã e sentir o cheiro da relva molhada, e ainda ouvir o cantar das aves nativas. Não há nada que se compare a experiência incrível, que é viver junto a natureza, pois ela é bela, simples, amorosa e generosa. 

 Por exemplo, está no fim do outono e quase iniciando-se o inverno, enquanto as flores do meu jardim estão tímidas e "feinhas", a natureza encheu o meu pomar de lindas laranjas e ,ainda de brinde , ela colocou na jabuticabeira um ninho gracioso de tico-tico. É gratificante viver junto a ela.

 Pena que eu possa ver isso somente na minha chácara, porque ao redor dela já é perceptível os sinais de degradação da fauna e da flora. O rio que corta o nosso sítio está poluído e já apareceu peixes mortos. Os jacús que sempre iam comer ameixas no nosso quintal sumiram, ou seja, tudo indica a ação de caçadores naquela região. Estes sinais estão anunciando que a natureza está em processo de extinção.

 Na semana passada eu parei para refletir sobre todos estes maus tratos à natureza, que consequentemente causa o desaparecimento de certas espécies, sendo elas de animais ou plantas e cheguei a uma conclusão: Quando eu tiver o meu filho e perguntá-lo o que é meio ambiente, certamente ele não saberá me responder, pois ele não terá contato com a natureza.

 Parece esdrúxula essa pergunta, mas se o ser humano não mudar sua relação de cuidado com o meio ambiente, tudo indica que as próximas gerações não saberão responder com propriedade o que é meio ambiente, porque elas não terão contato com ela devido a destruição provocada pela ganância do ser humano.

 É época de refletir se o seu comportamento condiz com  a realidade. Seja consciente!



 
Os parques de São Paulo são maravilhosos, mas nada é comparável à natureza "selvagem"

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Eu, repórter universitária

Uma das minhas maiores preocupações antes de ingressar na faculdadeera como eu iria gravar uma reportagem para TV, sendo que eu não gostava de ser filmada. "Como vou me comportar quando chegar o dia de fazer uma reportagem para a televisão?"

Sempre me preocupei muito com esse dia,  eu confesso que perdia até noites de sono pensando em como eu iria gravar uma reportagem diante das câmeras. Como sou tímida e também nunca fui muito fã de câmeras, sempre fui questionada pela minha família e amigos sobre como eu iria me virar para exercer a profissão, já que eu não gostava de ser filmada, e eu pacientemente explicava a todos: " Os jornalistas também trabalham atrás das câmeras."

Mais tarde ingressei na faculdade, a primeira coisa que eu quis saber era quando começariam as aulas práticas de telejornalismo, soube que seriam a partir do 4º semestre. Não demorou muito para o temido semestre chegar. Quando ele chegou, eu não resisti a curiosidade e fui experimentar por alguns minutos a sensação de ficar frente a frente com uma câmera, o sentimento não poderia ser outro, de pavor! Eu odiei ficar diante de uma câmera e do TP, sai da bancada desejando nunca mais voltar.

Mas, como nem tudo acontece conforme planejado, no 5º semestre retornamos as práticas de telejornalismo, só que agora teríamos que fazer um jornal completo. Bateu aquele frio na barriga, mas de uma forma ou de outra encarei o meu drama interior. As três primeiras gravações eu operei o TP,  mas na gravação do último jornal, que seria a AV3 valendo de 0 a 10, não teve jeito, tive que ser repórter.

A minha primeira reportagem foi no Museu dos Transportes Público, fiquei muito nervosa e cometi muitas gafes.  Contudo,  eis que abaixo segue o resultado final, e tenho que confessar: Agora me simpatizei pelas câmeras e até cogito a possibilidade de ser repórter de TV.

Aproveito para agradecer ao meu grupo, que é formado apenas por rapazes, mas que são extremamente organizados, pelo apoio  e por toda sensibilidade e paciência do mundo, que tiveram para  me suportaram durante a gravação.