Ela é louca, abilolada, apaixonada e envergonhada. Não sabe
como declarar o amor que sente, já procurou até no Google dicas de como
dizer ao crush que o ama, mas não adianta, ela não consegue falar. Na
tentativa de reprimir esse platonismo faz de tudo para disfarçar, às
vezes de uma maneira simpática e agradável, e outra malcriada, mal humorada e
indiscreta.
Naquela cabeça adolescente vale tudo para deturpar esse amor,
até mesmo chamá-lo de velho repetidamente.
Mas logo se arrepende, e fica a implorar e apelar pela música
de Caetano. "Você bem que podia perdoar,/ E só mais uma vez me
aceitar,/ Prometo agora vou fazer por onde nunca mais perdê-la."
Inútil é a música Você Não Me Ensinou a
Te Esquecer nessas horas, porque além de não saber como
esquece-lo, ela sempre insiste em cometer o mesmo erro.
As brigas já passaram e a trilha sonora também, na manhã
seguinte os versos cantados entre sua casa e o trabalho são “Tô louca pra te ver
chegar,/ tô louca pra te ter nas mãos./ Deitar no teu abraço,/ Retomar o pedaço
que falta no meu coração.”
Essa música é dos anos 2000, talvez quando foi lançada a
menina tivesse seus cinco anos de idade, contudo continua atual para história
dos dois e desconfio que o rapaz possa cantarolar esse refrão para ela também,
mesmo inconscientemente.
Por quê? Porque se a linda menina não aparece ou sai por
alguns instantes, ele demonstra saudades dela. E se sabe que está paquerando
alguém parece sentir ciúmes.
Ela é meiga, carinhosa, romântica – até demais, e poetisa,
todavia insiste em fazer pose de rabugenta e chata propositalmente. Quando está
com raiva do príncipe de cabelos castanhos sente a convicção de que “Quem lhe deu toda
essa ousadia,/ Quem desperta nela, tanta alegria,/ Não é o príncipe de cavalo
manco,/ Foi aquele Rei do cavalo branco,/ Esse é o segredo dessa menina”.
Sim, é Deus quem a dá aquela animação toda, e por acreditar
que existe um Deus todo Poderoso ela fica magoada ao escutar seu galã dizer que
Ele não existe. Para ela, acreditar em Deus é essencial!
O dia passou e a noite é bem vinda. Ao entrar no quarto ela
abre o guarda – roupas e olha o vestido verde e confessa: “Tô com saudade de
você censurando o meu vestido,/ As juras de amor ao pé do ouvido,/ truque do
desejo./ Guardo na boca o gosto do beijo,/ Eu sinto a falta de você”.
Sente saudades sendo que faz apenas 1h que estiveram
juntos...!
Aquela moça só queria ter coragem e dizer
“And I will
always love you, / I will always love you, / you, my darling you…”
Sempre!
Contudo, ela prefere acreditar em Mais uma de amor.
"Eu gosto tanto de você,/ Que até prefiro esconder,/ Deixo assim, ficar,/
Subentendido,/ Como uma ideia que existe na cabeça,/ E não tem a menor
obrigação de acontecer."
Na minha
humilde opinião, ela deveria dizer sim "And I will always love you,/ I
will always love you,/ you, my darling you..." Até mesmo porque quem não arrisca não
petisca.
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