segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Meu primeiro amor

Foi no ano de 2006, em uma segunda-feira às 12h30min, início de ano letivo que vi o meu amor platônico pela primeira vez. O pátio estava lotado e a garotada parecia animada para mais um ano letivo. A diretora fez o sermão já conhecido por todos, e logo em seguida subimos para a sala. Me lembro que naquele dia tivermos duas aulas de ciências biológicas e uma de história, depois do intervalo seria a aula de geografia.

Voltamos do intervalo e, junto com os moleques atrasados, entrou na sala o professor de geografia. Ele era alto, moreno, elegante e sorridente, no primeiro instante não senti nada de especial por ele.
Cheguei em casa às 18h30min, tomei banho e jantei. Fui para o quarto, peguei o meu caderno e comecei a folhear o conteúdo que tinha visto naquele dia no colégio. De repente veio a minha mente o rosto do professor Emerson, e do nada pensei o quanto o sorriso dele era cativante!

NAQUELE INSTANTE ME APAIXONEI POR ELE...

Aquele ano vivi momentos difíceis, lúdicos e de pura paixão. Ele foi embora, e eu fiquei depressiva. Como assim, ficar depressiva por causa de um amor platônico? Pois é, eu era imatura e deixei-me levar por tamanha emoção e acreditar na ideia de que ele seria o "grande amor da minha vida", pura ingenuidade de quem nunca havia vivido uma grande paixão...

Lembrei desse episódio, digamos, catastrófico da minha adolescência por causa da minha nova amiga de trabalho, que cismou em querer  ler algum texto escrito por mim, porque ,segundo ela, o modo como as pessoas escrevem dizem muito a respeito de sua personalidade. Achei o argumento convincente. Trocamos os links de nossos blogs, e conversando sobre pautas, ela me confessou que também fala muito sobre a sua vida pessoal em sua página e que no ano de 2009, ela dedicou o ano inteiro para falar de um amor platônico: o professor de história. 

Naquele instante voltei ao passado e revivi os meus momentos apaixonada por um homem 30 anos mais velho que eu. Não sei porque resolvi escrever sobre isso, nunca contei essa história a ninguém, sempre me preocupei em escondê-la, talvez com receio de ser taxada de estranha, sem caráter ou sei lá mais o que. Quer dizer, a minha mãe e os meus irmão, por terem achado o meu diário, souberam do meu amor platônico pelo o professor, talvez seja por isso que tento me resguardar dessa história.

Foi lindo viver aquele amor inocente, mas é hora de esquecer o passado, viver o presente e projetar o futuro (que só a Deus pertence).
Hoje aos 22 anos de idade, consigo entender cada verso do Soneto da Fidelidade, de Vinícius de Moraes - poema esse, que eu vivia recitando para o tal professor Emerson- e agora faço dele as minhas palavras:
"Eu posso me dizer do amor (que tive)
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure."

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