Quem é, ou quem já foi um universitário, sabe muito bem como é tenso final de semestre, a pessoa tem horas para acordar, mas não tem horário para dormir, não pode passear, não pode se divertir , ou seja, não pode fazer nada, pois ao optar por estes prazeres, o estudante simplesmente não conseguirá realizar com sucesso os seus trabalhos. Triste, não?!
Contudo, aqueles que , assim como eu, se arriscaram em seguir a carreira de jornalista sofre muito mais na faculdade. Parece lindo fazer jornalismo! Aparentemente a criatura, que exerce esta árdua profissão, se limitará a apenas exibir-se em frente à câmera, certo? Errado! Jornalista é um ser sofredor, ele sofre para fazer a faculdade, sofre para ingressar no mercado de trabalho, sofre porque não consegue dormir 08 horas diárias, sofre porque tem que estar sempre atualizado, sofre porque tem que escrever grandes reportagens, e sofre, sofre e sofre!
E, como já é de praxe, neste semestre eu sofri mais um pouquinho. O motivo de tamanho sofrimento foi uma reportagem especial cuja a temática era Cuba e Estados Unidos. A principio achei muito interessante, pois a proposta era praticar o texto narrativo jornalístico. Mas, eu não imaginaria que isso tiraria o meu sono durante todo esse mês de maio.
A minha dificuldade não foi escrever o texto, mas sim encontrar os santos filhos de Deus, que poderiam nos conceder uma misera entrevista. Foram tantos e-mail enviados, porém ninguém nos respondeu. E eis que em um belo dia, especificamente numa segunda-feira, dia este que milagrosamente eu estava muito bem humorada , a Rebeca entra na sala de aula toda afobada e diz:
"- Temos que ir agora para a Usp, a professora de história aceitou falar conosco."
Naquele momento que recebi a notícia senti um enorme alívio, e de prontidão sai arrastando a Rebequinha ruma à Usp. E assim fomos, confiantes que iriamos matar dois coelhos com uma cajadada só. Tudo estava acontecendo lindo e maravilhoso, mas algo me dizia que alguma coisa estava errada, porém não sabia o quê. Então comecei a desconfiar.
Depois de pegar metrô e ônibus finalmente chegamos à Cidade Universitária. Apressadamente, nos dirigimos ao Departamento de Ciências Humanas. Ao chegar lá, tudo o que estava lindo e maravilhoso, se transformou em mais um sofrimento, melhor em um pesadelo! Não conseguíamos achar a professora. Desesperada, a Rebeca começou a perguntar a todos que viam pela frente se conhecia a tal Rua Cristófaro e todos diziam que não.
Às 10h30min. o sofrimento aumento, neste horário tínhamos que estar entrevistando a tal professora. Enquanto a Rebeca tentava falar com ela pelo telefone, fiquei na sala diante do computador, e sem querer acabei lendo os e-mails que a minha amiga havia trocado com a historiadora e eis, que descubro, que meus pressentimentos estavam certos, estávamos perdidas na Usp!
A tal Rua Cristófaro fica fora da faculdade, ao descobrir isso fiquei louca da vida! Até hoje estou indignada com a distração da Rebeca, pois a professora traçou o mapa da mina para nós. Entretanto, o que nos restou fazer naquele final de manhã, foi sair da universidade e cada uma dirigir-se ao nosso trabalho, sentindo dor de cabeça, raiva e muito cansaço, aliás até agora estou cansada daquele dia.
Claro que tinha que tinha que ter alguma coisa errada, eu e a Rebeca escolhemos ser jornalistas, então por natureza vivemos na base do sofre, sofre e sofre!
Que dureza, não?